Muito ódio para um coração
Estou morrendo de ódio. Quero matar alguém. Na verdade, um alguém específico.
Quero que essa pessoa morra. Não no sentido real, sim no sentido figurado. Quero que ele - sim, é um ele - morra da minha vida. Quero que ele suma, desapareça, ganhe uma bolsa para estudar fora, arrume um emprego melhor. Quero esquecer o número do telefone, o número do celular dele. Quero que ele não me incomode tanto. Por que ele ainda me incomoda, de um jeito que eu não sei bem qual é.
Não suporto mais olhar para a cara dessa criatura ridícula e infantil. Que não sabe ser uma pessoa civilizada e não magoar as pessoas ao mesmo tempo.
Eu também sou ridícula e infantil. Mas não está dando para viver assim.
Queria dizer muita coisa, queria machucar de todos os jeitos possíveis, queria ofender de uma forma que nem eu sei fazer.
Mas antes de tudo, queria fazer com que ele se sentisse mal. Ou queria conseguir deixá-lo tão mal como ele consegue me deixar.
Preferia que tivesse existido uma briga de dimensões fantásticas, uma porradaria sem fim, traição ou até mudança de preferência sexual (não da minha parte, faz-se necessário ressaltar). Mas nada disso aconteceu.
É muito triste perceber que seu diálogo com uma pessoa com quem você já planejou coisinhas hoje é restrito a pequenas e eventuais observações sobre trabalho.
Ao mesmo tempo em que isso me causa pena, me emputece de uma forma tamanha. E me faz crer que essa pessoa não merece nem nunca mereceu o que há de bom em mim - sim, existem coisas boas em mim!
Mas ele não merece. Viu? Você não merece. E sim, eu mando quantos recados eu quiser, para quem eu quiser, quando eu quiser.
Enfim, que tudo se foda, como diria Leminski.
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