Apego virtual
Preciso confessar que guardo e-mails dos meus dois ex-namorados.
Parênteses: sim, eu só tenho dois ex-namorados, sim, um durou um ano, o outro durou oito meses, não, eu não era tão namoradeira assim, sim, eu tinha medo de assumir compromissos, sim, eu era (sou?) facilmente apaixonável - saca a melhor banda de todos os tempos da última semana? Troque 'banda' por 'menino' e você vai entender.
Fecha parênteses.
Nem lembrava que ainda tinha essas raridades. Mas tentando limpar a mailbox do Yahoo, botei o Outlook pra funcionar e me surpreendi com algumas dezenas de saudações "oi, bonitinha" (cada louco com sua mania. A Lia não gosta de ser chamada de boneca? Eu gosto de ser espontaneamente chamada de bonitinha) vindas de Londres em setembro do ano passado.
Também achei montes de "oi, mocinha" (sim, eu sou pequena) e "eu te amo, menina", lá pelos idos de agosto de 2000, janeiro de 2001. Esses eu cheguei a imprimir e guardar numa caixa, que num acesso de tristeza foi levada para uma certa casa em Laranjeiras e lá está até hoje.
Bons tempos. Tento deletar essas velharias, mas não consigo. Serve como parâmetro. É bom saber que já fui tão gostada um dia. O estranho é conviver com essas mesmas pessoas e perceber que nada disso (em um caso) ou pouco disso (em outro caso) restou.
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