Todo Carnaval Tem Seu Fim
Pode ser divertido, mas eu não fui feita para isso. Não mesmo. Mesmo quando é ruim é bom - e quando é bom, normalmente é ótimo -, mas prefiro a intimidade à casualidade. E não adianta ter o mundo se você precisa de um único item para estar bem.
Gosto de saber que posso telefonar a hora que eu quiser. E que se eu estiver triste, posso encostar no ombro do outro e ficar com o cabelo embaraçado de tanto cafuné. Gosto de ter alguém que me leve ao cinema, que coma tanta pipoca quanto eu, e que assista a comédias românticas açucaradas e a dramas e suspenses e bobagens com a mesma disposição, simplesmente porque está do meu lado. Gosto de saber que se eu dormir no ônibus, no cinema ou na Casa da Matriz, o máximo que vai acontecer será o clássico olhar de "Ela não tem jeito mesmo".
Gosto de me sentir querida, gosto de me sentir desejada, não só por um dia ou uma noite, mas por um tempo que seja suficiente para que eu não tenha dúvidas de que esse desejo existe. Gosto de poder ligar e dizer que vou passar aí mais tarde, e perguntar se quer que leve pipoca ou sorvete de Chambinho, e pedir para escolher um filme para não ser visto.
Gosto de saber que independentemente do que aconteça, das minhas olheiras de sono ou dos quatro quilos acima do peso, ainda vou continuar sendo considerada bonita e a única mulher desejável, aquela que pode ser a mãe dos filhos que um dia vão nascer (mesmo que essa certeza apareça e desapareça a cada segundo). Gosto de saber que todas as letras mais bonitas dos Los Hermanos têm endereço certo, e que a minha vida sempre tem mais sentido quando estou do lado da pessoa que eu realmente gosto.
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