quarta-feira, julho 23, 2003

Um Dia de Fúria
Comentei com minha mãe semana passada que estava sofrendo com as injustiças do mundo. Do meu mundo, na verdade. Estou me sentindo oprimida! Este mundo está por demais me sufocando. Os papéis e envelopes na minha mesa se multiplicaram de uma tal forma que já ultrapassam a "parede" da baia. Meu quarto está uma zona, as roupas pulam do armário e das gavetas gritando "Arrume-me! Arrume-me!", o ônibus parece estar levando o dobro do tempo para chegar até onde preciso chegar, como se estivesse de sacanagem com minha cara. No *meulocaldetrabalho*, o que temos são o trabalho normal e o meu ótimo frila - que juntos tiram aproximadamente 20 minutos do meu sono noturno enquanto repasso as tarefas pendentes (e não são poucas). Fico estressada por ter que acordar cedo e ir em uma cabine de um filme malésimo, enquanto meu comparsa de cobertura cinematográfica saiu pela tangente e escapou de maletice semelhante. Fico puta porque somando as restolhices vistas e os filmes bombantes vistos, o primeiro item é bisonhamente maior do que o segundo. Já dentro do cinema, constato que o filme é uma bomba e até me distraio, porque qualquer cinema que seja é sempre um dos melhores lugares do mundo para se estar. Durante o filme, repasso mentalmente o que preciso fazer no trabalho, minha vida sentimental, para quais amigas preciso ligar urgentemente e que roupas levar para o fim de semana em Petrópolis. Termina o filme, saio do Espaço Unibanco, discuto com um amigo que quer porque quer que eu passe na casa dele, no caminho para *meulocaldetrabalho*, buscar uma surpresa. Chego, engato uma matéria e a tijolada de cinema, páro às 18h30 para um lanche (sim, não almocei). O telefone toca três vezes seguidas, é para mim e são três pessoas diferentes. Ligeiramente me estresso com a última, minha lente está ardendo no olho e estou sentindo que minhas mãos estão sujas - detesto sentir as mãos sujas, é a mania mais higiênica que tenho, lavar as mãos de meia em meia hora. São dez pra uma e continuo aqui, porque o preço é curto e o prazo (não) é longo, já dizia Chorão, e esse frila tem que estar pronto na quinta-feira da semana que vem.
Nem foi um dia de fúria. Mas se o mundo continuar me oprimindo, um dia desses ainda há de chegar.

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