domingo, julho 13, 2003

O acaso às vezes dá o ar da graça
O Hagen é o mestre das histórias surreais. Ele já conheceu uma menina no ônibus para Petrópolis. Também já conheceu outra na fila do Consulado dos Estados Unidos - não lembro porque ele estava lá, mas certamente ele deveria estar renovando visto ou algo do tipo.
Vivia reclamando que essas coisas nunca aconteciam comigo. Sempre imaginei (e acho que toda menina imagina isso, influenciada por essa maldição que é o cinema, hee) que um dia conheceria um cara numa situação surreal e que ele seria O cara, essas coisas.
O pior (ou melhor) é que não faz muito tempo e isso aconteceu. Conheci um cara bonito, simpático, inteligente e doce que gosta de muitas coisas que eu gosto. E de mim também, eu acho. Só que ele é comprometido. Ficamos muito amigos, mas não consigo deixar de pensar que é um desperdício e uma sacanagem do acaso. Mas a verdade é que se ele fosse livre e desimpedido, a comprometida seria eu - Murphy me ama demais. Enfim, não é conformismo, mas as coisas quando têm que ser acontecem. Vai ver que não é essa a hora. Então ele fica lá com a namorada dele e eu fico com minha vida complicada.
Às vezes tenho vontade de dar um grito e mandar as coisas mal resolvidas fazerem fila para que eu resolva uma por uma. Mais ou menos como arrumar as gavetas ou separar as roupas que não se usa mais. Algo como "O que que tá pegando? Revival de ex-pessoa? Se decide aê! Não quer mais nada? Quer? Resolve logo!". Ou listar todas as amigas deixadas de lado nos últimos dois anos e dar um telefonema para cada uma de uma vez só.
Mas eu não consigo. Sou daquelas que guarda até os bilhetes e cartinhas do colégio, desde a 4ª série. Sou apegada demais às coisas e às pessoas. talvez por isso uma das minhas grandes vontades quase impossíveis seja a idéia de largar tudo e mudar para outro lugar, pra ver o que acontece.

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