Momento Being Proud
Esse é o texto que escrevi para Encontros e Desencontros.
Acho que as pessoas gostaram, apesar do Meu Chefe ter dito que eu estava "dando pinta de apaixonada".
Está parecendo mesmo?
Por um sentido na vida
Muitos filmes são feitos sobre a sensação de estar alheio a tudo, sobre a solidão e relacionamentos cuja lógica não se entende. Mas poucos têm a delicadeza e o encanto de Encontros e Desencontros, segundo longa de Sofia Coppola que estréia hoje no Rio. Envolvente e despretensioso, o filme é a afirmação como diretora de Sofia, filha de Francis Ford Coppola e que também dirigiu o bom As Virgens Suicidas. Mas o mérito também é dos protagonistas: Bill Murray, no que muitos consideram o melhor papel de sua carreira, e a jovem Scarlett Johansson dão a Encontros e Desencontros um tom sentimental, e não sentimentalóide. Fazem do longa uma história sobre a desorientação e, sim, o amor. Uma história que poderia se passar em qualquer lugar, com qualquer um.
O ponto de encontro é Tóquio: em um hotel de luxo - de ambiente americano no Japão - a jovem Charlotte (Johansson), mulher de um fotógrafo viciado em trabalho, vive entre a ausência do marido e a falta de noção do que fazer da própria vida em um lugar desconhecido. Bob Harris (Murray), ator de meia-idade, é contratado para gravar um comercial de uísque e se hospeda no mesmo lugar. Sem sono, solitários, eles se esbarram no bar do hotel e reconhecem no outro uma tábua de salvação, eterna enquanto durar.
As incursões da dupla por Tóquio rendem cenas memoráveis, de Murray cantando More Than This, antigo hit do Roxy Music, à caótica gravação do comercial. A tal estética pop de que tanto falam é virada ao avesso por Sofia, que no visual e nos diálogos (o roteiro também é dela) consegue fazer da busca pelo outro e por si mesmo em uma cidade tão grande um tratado aos sentimentos. Como diz o cartaz do filme, todo mundo quer se encontrar.
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