sábado, janeiro 22, 2005

Às vezes
Tenho vontade de ser como Meus Amigos Talentosos, que escrevem muitíssimo bem ou têm bandas ótimas ou fazem filmes muito bons ou podem se dar ao luxo de largar suas vidinhas de *locaisdetrabalho* insalubres para fazer algo mais feliz e engrandecedor, algo que os ponha no rol dos Amigos Talentosos (E Também Felizes), que faça com que as pessoas olhem e pensem 'Oh! Que jovem talentoso. Esse aói vai longe' (para usar uma expressão tipicamente amiga-de-mãe).
Invejo, de verdade, um amigo holandês, coleguinha de profissão, que virou go-go boy em Miami. O que me fez pensar: se na Holanda está assim... Daqui a pouco serei obrigada a começar a considerar a hipótese de virar stripper. Fala sério.

Sei que essa questão volta e meia permeia meu discurso revoltado e juvenil, mas sinceramente, ter a sensação de que não se tem um talento é frustrante. Sim, eu sou desafinada, não sei tocar nem um triângulo e meu vocabulário, apesar da leitura frenética e constante, ainda é ridículo. Sem contar que, segundo os Últimos Informes da Literatura Mundial, o umbiguista-way-of-writing já está superlotado. E, I'm really sorry, pelo menos nesse ponto sou egoísta e só escrever sobre coisas minhas, saca? Eu interior e todas essas pelasaquices afins.

Poderia ser pior: achar que se tem um talento e descobrir que não é bem assim.
Ou poderia ser pior ainda: achar que se tem outros talentos e não ver de que jeito confirmar essas informações preliminares.

Mas chega que já estou me repetindo. Vou ali continuar lendo Trainspotting e dormindo no ônibus e já volto com notícias mais felizes. "So I try to laugh about it, cover it all up with lies, I try to laugh about it hiding the tears in my eyes", não é assim?

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