sábado, julho 13, 2002

"Mas quem vai levar essa moça pra casa?"
(Casino, "Na Pista")

Existe outra pessoa além de mim que adore casamentos?
Pois é. Casamentos, batizados, quinze anos, formaturas. Adoro. Ahn, festas de criança também.

Hoje fui em um casamento. De manhã. Frio e flores, vestido branco bonito, véu e buquê. Lindo.
Violino e Somewhere Over the Rainbow. Famílias felizes, gente chorando.

Se algum dia casar, quero que seja mais ou menos assim.
Todas as velhinhas me lembravam ela. Bolsinha tipo carteira, cabelinho branco curtinho, penteadinho atrás da orelha e do óculos.
Sinto falta dela. Delas, na verdade. Mas dela, em especial.
- Vó, você vai no meu casamento, né?
E se antes era "Claro que vou, minha filha! Oxente!", com o tempo foi se transformando em "Se a vó estiver viva até lá...", o retrato da desesperança, mas ninguém admitia.
Queria tanto que ela me visse, queria tanto que ela se orgulhasse de mim, porque sempre fui a alheia.

Será que ela se orgulharia de mim no meu casamento?

Pessoas dizem que ainda não me recuperei disso tudo. Acho que têm razão.
Por mais que se esconda, por mais que se camufle, nem sempre dá para levar adiante.
Às vezes acho que escuto a voz de uma, às vezes penso em telefonar para a outra para contar da matéria legal que vai sair amanhã.

Será que enquanto estavam aqui eu fui boazinha?
Será que elas se orgulhariam ainda de mim?

Pensando melhor, provavelmente não devo ter me recuperado de nada.
Nada do que aconteceu posso esquecer. Não posso esquecer.
Na verdade não consigo.

Nota da Redação: Desculpem, mas não ando muito engraçadinha. Nem mal humorada. Apenas alheia. Obrigada pela atenção e desculpem o transtorno.

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