segunda-feira, julho 29, 2002

Gostaria de entender o que faz de nós, teoricamente pessoas-jovens-bem-resolvidos-da-geração-anos-90 tão insatisfeitos com o que somos e com o que nos tornamos.
Na verdade, não é um sentimento de frustração. Creio eu que seja um sentimento de incerteza. Não sei bem explicar.
Não é frustração porque teoricamente nós, teoricamente pessoas-jovens-bem-resolvidos-da-geração-anos-90, temos o que teoricamente queríamos.
Crescemos, ouvimos nossas músicas, vimos nossos filmes, tivemos lá nossas decepções amorosas, tudo como manda o figurino.
Trabalhamos, ganhamos nosso dinheiro - ok, pode ser pouco, mas é nosso e ponto final.
Mas sempre estamos insatisfeitos.
Na verdade acho que ainda não caiu a ficha em nenhum de nós que nossas vidas não são seriados de TV. Não, não estamos em Friends ou qualquer coisa que o valha.
Mas a sensação que temos é que realmente vivemos nossas vidas segundo um roteiro.
E é na tristeza que há a chance da melhor interpretação, é no sofrimento que se cria algo de novo, é no eterno drama que se sente vivo, vivo de verdade, no real sentido da palavra.
Porque nas outras horas do dia, quando você percebe que não há nada de errado, você se sente vazio.
Vazio.
Nossas vidas não têm trilhas sonoras, nossas vidas não são tão legais porque simplesmente elas são de verdade, e não seriados de TV.
E aí não existe fim de temporada.

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