domingo, junho 16, 2002

I want something else to take me through this semi-charmed kind of life
É incrível como as pessoas gastam dinheiro com analistas.
Houve uma época em que quase me convenceram de que eu precisava seriamente de um - tudo bem, eu achava que era um caso perdido e que só estaria sã e salva se me jogasse da barcona na Baía de Guanabara. Mas como diz a Jewel, hearts are broken everyday. Snif.

Mas como eu tentava dizer, você nunca precisa de analistas se tem amigos que dizem as coisas na cara. E se você tiver aulas de SARD também.
Traduzindo: Sistemas de Armazenamento de Dados. Nessa aula aê, você aprende a fazer diagramas de... de... Esqueci como se chamam os diagramas, mas são cadeinhas de coisas interligadas - óbvio.
Daí você pode pensar na sua vida como um diagrama de SARD. E então - voilá! - você acaba descobrindo a origem de muitas coisas que te atormentam.
Por exemplo, você pode ter uma vontade de aparecer muito acima do que seria normal para você se lembrasse que aos 11 anos de idade todas as suas amigas eram magras e bonitinhas e simpatiquinhas e você era cheinha, tinha um cabelo esquisito e usava óculos vermelhos.

Sim, aos 11 anos eu pesava dois quilos a menos do que peso hoje - e olha que para uma moça de 21 anos com menos de umetroesessenta, até que tudo está bem, obrigada. Usava óculos vermelhos - de aros vermelhos, esclarecendo - e não tinha esses lindos cachinhos quase dinamarqueses e usava uma franja medonha e tinha cabelo mais curto. Blah.
Não que eu queira aparecer. Tudo bem, é como eu sempre digo, sou muito starlet para ser tratada assim, mas realmente não quero ser a pessoa mais ploc-oops-pop do mundo.

Mas gosto de elogios. Gosto quando dizem que meu cabelo está bonito e que meu cabelo é cacheado e fofo e sempre cheiroso. Gosto quando dizem que estou bonita e magra. Tá, gosto muito quando dizem que estou bonita e magra.
É como se todas aquelas coisas feias e bobas que diziam a meu respeito há 10 anos fossem sendo amenizadas.
Tudo bem, talvez eu realmente não me convença nunca de que não sou mais a menina esquisitinha que morava no Grajaú e tinha 11 anos. Talvez eu nunca me olhe no espelho e veja que aquela menina sumiu, desapareceu totalmente, porque não me vejo mais como eu era porque realmente não sou como era.

Mas pelo menos eu tenho noção disso e sei de onde essas elocubrações surgem na minha cabeça - graças aos diagramas blah de SARD.

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