quarta-feira, fevereiro 15, 2006

The hardest things are always black and white
Quando eu morava em Niterói tinha uma vida reclusa. E gostava dela, em uma parte do tempo. Não me sentia na obrigação de sair. As pessoas já sabiam que as minhas chances de furar qualquer programação eram de 90%. Eu lia mais. Eu ouvia mais música. Eu me divertia até quando a programação era chata. Eu convivia melhor com a solidão. Em outra parte do tempo, eu odiava essa vida. Não via gente em 90% do tempo. Cada vez mais me isolava das pessoas. Tinha raiva disso. E, de forma resumida, não conseguia entender como vim parar aqui por causa do egoísmo de UMA pessoa. Uma só.
Aí fui morar sozinha. E dois anos depois, de volta para Niterói por mil razões, acho que não sei mais como lidar não com a solidão, mas com o convívio social. É estranho. Passei tanto tempo entre as pessoas que estou em parte gostando de estar mais só. Mas em parte sentindo falta da agitação da cidade grande, tendo que abrir mão das coisas que eu aprendi a gostar nesses dois anos.

Peraí: coisas das quais aprendi a gostar ou com as quais me acostumei? O que eu quero para mim? Quem eu sou de verdade? O que eu quero para mim?
Talvez sejam esses alguns dos questionamentos que me trouxeram de volta para cá, obviamente que a anos-luz de distância da maior questão de todas, a financeira. Sem dinheiro, sem aluguel, sem apartamento na Zona Sul. Simples.

Quero minha pós na FGV.
Quero poder viajar sem passar 15 meses devendo a Deus e ao mundo.
Quero pensar que daqui a algum tempo, em vez de pagar aluguel, vou poder gastar minhas economias comprando um apartamento só para mim.
Quero pensar que na hora em que encher o saco de tudo posso gastar meu dinheiro em uma passagem para a Espanha e me manter por lá sem passar fome.
Quero ter uma idéia legal, quero montar um projeto bacana, quero que jornalismo seja algo rentável e menos utópico!

E para isso preciso de planejamento. Método. Foco. Não quero me desviar do caminho, now that I feel like myself again.

Daqui a pouco eu volto para a civilização, mas com todas as respostas que preciso na minha cabeça.

* E mal retomei esta merda e já estou de *diarinhomodeon*.

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