Falando em livros
Que eu me mudei muita gente já sabe.
A pior parte de toda mudança é reorganizar sua vida. Fazer com que você e suas coisas caibam em um determinado espaço. No meu caso, fazer com que eu e minhas coisas caibam em um espaço que eu já ocupei. Não foi fácil. Joguei um milhão de papéis fora, sendo que dois bilhões ainda habitam minhas gavetas.
Mas aproveitando o sábado chuvoso e minha atual disposição caseira, tirei o dia para desencaixotar meus livros e dispor todos nas recém-adquiridas prateleiras.
Redescobri Mate-me Por Favor, que devorei em três dias.
Quase chorei reencontrando Vida, o Filme - Como o Entretenimento Tomou Conta da Realidade (Liv, uma boa leitura para você, o livro é interessante e ainda servirá para muitos trabalhos seus na faculdade). Achei que tivesse perdido, e a única edição nacional, da Companhia das Letras, está esgotada. Não encontrei nem em sebos.
Pensei no Rafa e nas nossas tardes nas livrarias da cidade encontrando o Almanaque da TV, Lavoura Arcaica e Encontro Marcado, todos surrupiados das prateleiras dele em alguma tarde de 2000.
Enfim, fiquei pensando em como eu costumava ler mais do que leio hoje - e olha que não leio pouco, acho. Média de dois a três livros por mês. Poderia ser mais. Mas não faço vergonha.
Será falta de tempo? Bom, eu me dividia entre faculdade, estágio, família e namorado e lia mais.
Falta de dinheiro? Meu salário de estagiária era de R$ 360.
Falta de livros interessantes? Impossível.
Acho que falta uma ida à Livraria da Travessa, uma tarde despreocupada, sem contas, sem horário, sem calor, sem ônibus, sem encanações com o saldo no banco.
Aí sim eu leria mais.
Aí sim eu lerei mais.
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